A febre do futebol

Nunca liguei muito à bola.Tenho alguma afinidade clubística mas nada que me tire o sono ou me faça parar a minha rotina para ver um jogo. Como não cresci com aquela febre do futebol em casa será por isso que nunca me juntei à loucura. Percebo que existam adeptos, que cada um defenda e apoie o seu clube mas detesto os extremismos e rivalidades parvas que muitas vezes se vêem.

Mas quando joga a selecção o caso muda de figura. O povo está unido a torcer pela mesma equipa, as bandeiras penduradas, aquele friozinho na barriga de ouvir o hino e da alegria que o futebol dá momentaneamente e que ajuda esquecer todos os outros problemas que estão a acontecer (dizem que é nestas alturas que se faz mais m*rda pois o povo está distraído, né?).

- O início -

A primeira memória que tenho de acompanhar a seleção foi no Euro 2004 (#aindanãoesqueci). Era miúda e ia ver os jogos equipada a rigor com as minhas amigas. Aquela ansiedade antes e durante o jogo, roer as unhas até ao sabugo, a perna inquieta sempre a abanar, os nervos à flor da pele. Vi cada jogo com atenção e a esperança foi aumentando à medida que íamos avançando de etapa. 
Quem não se lembra de quando o Ricardo tirou as luvas frente à Inglaterra?


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Fonte: DN


Aquela final contra a Grécia provocou um misto de emoções: tristeza por termos perdido mas com orgulho na equipa, todos sentimos empatia pelos nossos jogadores que ficaram desolados ainda para mais jogando em casa. Mas foi bonito de ver um povo a apoiar a equipa mesmo com a derrota. E ficámos a aguardar que chegasse a nossa vez de levar a alegria até ao fim.

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Fonte: Notícias ao Minuto
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Fonte: Getty Images



Desde aí acho que todo o português tenta manter a cabeça fria e não se deixar entusiasmar demasiado quando passamos de fase. O último europeu foi novamente exemplo disso. Fomos passando entre os pingos da chuva, sempre com grande sofrimento e até à final com a França que fomos pensando "Epá, até era engraçado ganharmos isto!" mas retornamos à realidade e mantemos os pés assentes no chão para não sofrer a desilusão de voltar a perder nos últimos momentos. 


 (Oh! E se sofremos...)

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Fonte: The Star
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Fonte: Getty Images


Quando soou o apito não dava para acreditar. Éramos campeões da Europa! A nação que estava habituada ao "quase", tinha chegado ao "finalmente"! Voltou o misto de emoções... Mas desta vez era diferente: havia alegria, havia dúvida, havia euforia. Tantos anos a sofrer e conseguimos finalmente levantar a taça. Voltámos a acreditar.

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Fonte: UEFA

- O sofrimento recomeça -


Volveram-se dois anos e claro que a moral está em altas. Portugal está na moda e todos sabem quem somos. Os olhos estão postos em nós e a pressão aumenta. Estamos esperançosos mas sem exageros, pois não nos esquecemos dos "quases".

Enquanto adepta aconselho a repetir tudo o que fizemos em 2016: convidem os mesmos amigos para ver os jogos, comprem a mesma marca de cerveja, cruzem os dedos quando os nossos ganham a bola, não olhem quando rematam, vejam o jogo sem o pé esquerdo tocar no chão. Porque não podemos por nada em risco de algo correr mal! Já diz uma certa publicidade a cerveja "Por Portugal, repete o ritual". 😂

Enquanto isto as nossas unhas recuperam algum tamanho para sábado e o coração prepara-se pois sabemos que será para sofrer! E todos perguntamos: Até onde iremos chegar?


 Não faç'ideia 
 (mas vou cumprir as minhas superstições 😁)

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